A Santogal BMW investiu 3,5 milhões de euros nas novas instalações no Seixal, cujo conceito inovador rompe com a imagem tradicional de um stand de automóveis. A empresa encara, desta forma, o presente e os próximos anos, apostando no serviço ao cliente, na digitalização e na eletrificação.

Em vez de esperar mais algum tempo pelo futuro, a Santogal BMW decidiu abraçá-lo e ser pioneira. A empresa investiu um valor elevado nas novas instalações no Seixal. Denominadas Centro do Futuro, representaram um investimento de 3,5 milhões de euros. O conceito aplicado neste espaço é deveras inovador e revoluciona a imagem que se tem de um stand de automóveis tradicional. Este centro aplica no presente aquele que será o futuro modelo de negócio da BMW. “Os stands deixam de ser o sítio onde se vem negociar o carro, passam a ser o sítio onde se vem ver o carro, onde se vem experienciar o carro, ver as cores, cheirar o carro. Mas o negócio ou está feito ou poderá ser feito sem ser aqui. Deixa de ser um centro de negociação e de regatear preço para ser um centro de apoio ao cliente”, explica José Neto Rebelo, diretor da Santogal BMW.

O responsável da empresa recebeu a equipa do NOVO nestas novas instalações. A visita guiada comprova a transformação do conceito de stand. O espaço é muito amplo. Trata-se de uma área de 10 mil m2, com uma zona coberta de mais de 4 mil m2, que inclui uma oficina de alta tecnologia com uma grande aposta em carregadores e opções para clientes que sejam full electric. Há menos carros expostos, menos secretárias e gabinetes, e mais espaço para o cliente poder experienciar este centro, ver os carros, seja ao vivo ou através de tablets e televisões, onde até pode fazer logo as configurações que desejar. A digitalização é, de resto, um dos aspetos que mais saltam à vista neste Centro do Futuro. Outro é que, ao invés dos habituais vendedores, o cliente é recebido por product geniuses. “Deixámos de ter vendedores para ter product geniuses, que são pessoas que aconselham e explicam tudo ao cliente”, diz José Neto Rebelo. O objetivo transmitido pela BMW é que, em cinco anos, todas as suas concessões adotem esta nova imagem. “Temos cinco anos, desde o final de 2023 até 2028, para toda a imagem ser renovada para esta.”

Sobre este novo conceito,  o diretor da Santogal BMW afirma que “as marcas estão a mudar de concessionários para agentes”. “É um modelo de negócio em que deixamos de ter uma negociação para vender os carros e passamos a receber uma comissão por parte do importador”, sublinha, referindo que o modelo de negócio vai mudar bastante. “O importador acredita que 70% das vendas, no espaço de cinco a dez anos, serão feitas pela internet, em casa, e o cliente deixa de ter um conceito de posse e passa a ter o conceito de serviço. No futuro, as pessoas passam a ter um carro como têm as operadoras de telemóvel, o ginásio ou outra coisa qualquer. É mais uma subscrição que têm (…) Claro que um carro e uma casa são bens que têm um valor elevado. Ninguém compra um carro como quem compra uma camisa. Fá-lo com mais cuidado, é um bem mais duradouro. Mas as gerações mais novas não estão preocupadas com o poder de posse, estão mais preocupadas com o serviço. As gerações mais antigas tinham a necessidade da posse”, argumenta.

Há uma outra característica que diferencia o novo centro do Seixal: o facto de a BMW e a MINI estarem juntas. O espaço da BMW e o espaço da MINI estão ligados, sem qualquer parede a separá-los. “Tínhamos de ter 18 carros da BMW; da MINI, tínhamos de ter dez. Hoje em dia, com toda a tecnologia, não é preciso ter tantos carros no stand. Antes, ou tinha o carro no stand ou não se sabia como era o carro. Hoje, o cliente fica com uma perceção a 100% do que vai comprar sem estar a tocar no carro”, salienta José Neto Rebelo.